terça-feira, 2 de agosto de 2011

[...] A gente se acostuma a coisas demais, para não sofrer. Em doses pequenas, tentando não perceber, vai se afastando uma dor aqui, um ressentimento ali, uma revolta acolá.
[...]  A gente se acostuma para não se ralar na aspereza, para preservar a pele. Se acostuma para evitar feridas, sangramentos, para esquivar-se de faca e bioneta, para poupar o peito.
  A gente se acostuma para poupar a vida . Que aos poucos se gasta, e que, gasta de tanto acostumar, se perde de si mesmo.
                                                                          
 Marina Colassanti
''

Nenhum comentário:

Postar um comentário